Mídia-Educação
no contexto escolar: mapeamento crítico dos trabalhos realizados nas escolas de
Ensino Fundamental em Florianópolis
Silvio da Costa Pereira
1. Introdução
Muito além de simples novidades
tecnológicas, os diversos meios de comunicação1 que vêm sendo criados a partir
do domínio técnico da eletricidade e das ondas eletromagnéticas atuam na
produção e na disseminação de cultura, moral e ideologia. Se antes o jornal e
os livros já o faziam, isso foi bastante expandido pela massificação do uso dos
novos equipamentos, e tem alterado substancialmente a forma de nos
comunicarmos. “Ao interferir nos modos de perceber o mundo, de se expressar
sobre ele e de transformá-lo, estas técnicas modificam o próprio ser humano”
(BELLONI, 2005, p. 17). Faz-se, portanto, necessário, refletir sobre a presença
dos meios de comunicação em nossas vidas, para que deles possamos nos apropriar
de forma crítica e criativa. Para que possamos escolher quais mídias são mais
apropriadas às nossas necessidades pessoais e coletivas, quais usos desejamos
dar a cada uma, ou quais usos pretendemos evitar.
Hoje, escola, família, grupos
sociais e meios de comunicação são compreendidos como importantes espaços
educativos e socializadores. Isso ressalta a importância de haver, dentro das
escolas, das famílias e das demais instituições sociais, espaços de reflexão a
respeito do papel político, cultural e econômico das mídias. As tecnologias de
informação e comunicação mudaram nossas vidas, e por isso cada vez mais pessoas
têm passado a se preocupar em mudar a vida das mídias. Embora os fanzines e
jornais comunitários já fossem feitos nessa perspectiva, a proliferação de
rádios e TVs comunitárias, sites, blogs e o uso de espaços de compartilhamento
de produções midiáticas, como o You Tube, são sinais desta crescente
necessidade de expressão pública e apropriação do espaço midiático. Aponta
também para a ampliação de alternativas à grande mídia, possibilitada pelas
novas tecnologias.
Por outro lado também é importante
enxergar a explosão do uso de mídias para a comunicação interpessoal. Os
múltiplos usos dos celulares (para troca de mensagens de texto, fotos e vídeos,
além da tradicional conversa por voz já existente nos telefones fixos) e
computadores (MSN, Orkut, e-mails, telefonia por IP, chats, etc.) demonstram a
incorporação das novas mídias ao cardápio comunicacional dos brasileiros, em
especial dos mais jovens.
2. As bases teóricas
Uma série de pesquisas vêm
mostrando que os brasileiros – mas não somente – investem mais tempo vendo TV e
navegando na web do que lendo2. Análises de tais pesquisas muitas vezes dão aos
textos escritos maior valor cultural que aos textos orais ou visuais,
principalmente os de origem popular os das mídias. A relativização deste
julgamento, entretanto, já vem ocorrendo à medida que a academia está estudando
– e assim legitimando, dentro das diversas áreas de conhecimento – a oralidade,
os ‘textos’ visuais e as formas de comunicação das diversas mídias.
Oesterreicher (1997) lembra que devemos tomar cuidado para não dicotomizar
textos orais e escritos como se fossem opostos. Para ele todos os textos podem
ser situados em uma escala contínua que possui dois pólos extremos, um
caracterizado pela imediação e outro pela distância comunicativa. Como as
imagens também podem ser consideradas ‘textos’ (VILCHES, 1984), podemos extrapolar
a linha sugerida por Oesterreicher para um plano discursivo, no qual textos
sonoros, imagéticos e escritos coexistem e interagem de forma a criar sentidos.
“De forma bastante sucinta é possível afirmar que a linguagem híbrida, tanto da
TV, do vídeo, do filme, como do computador, se caracteriza como um complexo
processo semiológico que (...) utiliza signos em três diferentes códigos de
significação” (OROFINO, 2005, p. 84): o código verbal/ texto (uso da palavra na
forma oral ou escrita), o código icônico/imagem (imagem parada ou em movimento,
bem como todas as dimensões de composição) e o código sonoro/ som (músicas,
ruídos ou onomatopéias, que indicam, apontam ou sugerem alguma informação).
Silverstone (2003, p. 58) já
alertava que:
A cidadania do século XXI requer um grau de
conhecimento
que até agora poucos
de nós têm. Requer do indivíduo
que saiba ler os produtos de mídia e que seja capaz
de questionar suas estratégias. Isso envolveria capacidades
que vão além do que foi considerado alfabetização em
massa na época da mídia impressa.
Para ele, ler os produtos da
mídia implica tanto numa leitura dos textos escritos quanto dos textos sonoros
ou visuais transmitidos pela mídia, bem como dos subtextos ideológicos e
comerciais que também constituem cada produto midiático. Por isso há a
necessidade de uma ampliação da noção de ‘alfabetiza- ção’ para que sejam
incluídos nela também outros suportes de transmissão de mensagens. Hoje, a
“‘alfabetização/letramento3 nas mídias’ é tão importante para os jovens como as
formas mais tradicionais de alfabetização/letramento em relação aos textos
impressos” (BUCKINGHAM, 2003, p. 4).
No senso comum, a linguagem
audiovisual é tomada como auto-evidente. Mas as mensagens das mídias são textos
complexos, que possuem gramática própria e que são usados para expressar
conceitos e idéias sobre o mundo (CENTER FOR MEDIA LITERACY, 2003, p. 1). Por
isso tanto a alfabetização quanto o letramento midiáticos precisam ser
promovidos junto a jovens e adultos, para auxiliá-los a ler e escrever, de
forma autônoma, crítica e criativa, através das diversas possibilidades
comunicativas existentes.
Belloni (2005, p. 7) constata que
a introdução das tecnologias de informação e comunicação ao longo do século 20
trouxe para o cotidiano das pessoas uma série de mudanças nos modos de acesso
ao conhecimento, nas formas de relacionamento interpessoal, nas instituições e
processos sociais, entre outras. A vida cotidiana está hoje mergulhada nas
modernas tecnologias de comunicação, e isso traz grandes desafios para o campo
da Educação, tanto em termos de intervenção quanto de reflexão. Citando Porcher
e Friedmann, a autora destaca que o mundo contemporâneo é caracterizado por uma
tecnificação crescente, não só do mundo do trabalho, “mas das outras esferas da
vida social, o lazer, a cultura, as relações pessoais” (BELLONI, 2005, p. 17).
Por isso, não há mídia que não
possa ser usada na escola. Posto que estão no mundo, e que são usadas no espaço
extraescolar por alunos e professoras, deveria ser do interesse da escola
usá-las ou refletir junto aos alunos sobre o modo como as usamos. A integração
entre as tecnologias de informação e comunicação (TICs) e a educação deve se
dar em duas dimensões indissociáveis (BELLONI, 2005, p. 9): como ferramenta
pedagógica e como objeto de estudo. Buckingham alerta para uma terceira
dimensão fundamental do trabalho: o uso como veículo de expressão. “Ao
enfatizar o desenvolvimento da criatividade dos jovens e sua participação na
produção de mídia os mídia-educadores estão habilitando suas vozes a se fazerem
ouvidas” (BUCKINGHAM, 2003, p. 14). Essa é uma perspectiva de formação para a
cidadania do século 21, porque os jovens precisam não só aprender a ler, mas
também a ‘escrever’ através dos meios de comunicação de seu tempo.
Uma possível abordagem para o
trabalho de mídia-educação escolar é feita através do uso de conceitos ou
aspectoschave, que expressam compreensões conceituais a respeito das mídias. A
proposta, criada pelo British Film Institute (BFI) para uma abordagem
curricular das mídias nas escolas primárias inglesas, foi difundida por
Bazalgette (1992), e está baseada em seis conceitos:
- Agências: pensar a respeito de quem age na
construção dos textos midiáticos, pois geralmente não está claro quais forças
agem sobre eles para que se constituam da forma como são. É importante não
ficar apenas nos interesses empresariais, mas buscar incluir as contestações,
as negociações e todos as influências internas e externas. A produção de mídia
junto aos alunos, de forma coletiva e refletida, irá auxiliar na compreensão
das diversas forças que influem sobre o texto midiático.
-Categorias: a representação através de categorias
(notícias, esportes, novelas, documentários ou programas humorísticos, entre
outras) “fornece as compreensões iniciais a partir das quais as audiências se
tornam aptas a reconhecer as características tais como as formas e as
convenções de uma mídia em particular” (BAZALGETTE, 1992, p. 208). Também é
importante refletir sobre como as categorias produzem expectativas e afetam o
modo como os textos midiá- ticos são lidos. A prática é importante porque, por
exemplo, permite descobrir o que acontece quando se inverte ou altera as
convenções.
-Tecnologia: o fator tecnológico é importante porque
altera não somente o texto em si (forma e conteúdo) como também a audiência a
quem os textos podem chegar. O foco aqui não deve ser a aquisição de
habilidades técnicas, mas sim a tomada de consciência do que pode ser feito com
as tecnologias disponíveis. Muitas educadoras encontram problemas para abordá-lo,
pois comumente têm menos habilidades e conhecimentos técnicos que boa parte dos
alunos.
-Linguagens: é através delas que os significados dos
‘textos’ midiáticos são construídos. Essas linguagens irão influir na leitura
que os receptores fazem de cada texto, em cada mídia. O trabalho deve estimular
“as crianças a observar e pensar a respeito das características que estão
presentes, ao invés de passar diretamente para a interpretação e a avaliação”
(BAZALGETTE, 1992, p. 212). O trabalho prático “amplia as habilidades das
crianças para predizer, controlar e falar a respeito do caminho pelo qual a
estruturação e a edição podem ser feitas para afetar o significado”
(BAZALGETTE, 1992, p. 212). Bazalgette alerta para que não se supervalorize os
aspectos relacionados à manipulação da linguagem, que é apenas um dos assuntos
a serem destacados.
- Audiências: um dos pressupostos básicos da
mídia-educação é que as audiências constroem sentidos a partir dos textos
midiáticos, respondendo a fatores individuais e coletivos. Tanto a análise
quanto a produção irão auxiliar na compreensão de como os textos midiáticos
podem ser construídos de forma a responderem as expectativas de um determinado
grupo. Valorizar demais as possibilidades de manipulação implica assumir grande
dose de passividade por parte das audiências.
- Representação: implica problematizar a forma como o
mundo é visto através dos textos midiáticos. O pressuposto básico aqui é o de
que todos os textos – não só os produzidos pela mídia – são construídos, e
portanto jamais serão um espelho da realidade. O que os textos apresentam são
pontos de vista do mundo, construídos por pessoas. É importante levar em
consideração, além do próprio texto e do mundo real que ele busca representar,
também a audiência e o produtor de mídia. Centrar o foco em temas como
manipulação, estereó-tipos ou ideologia é pouco recomendável, uma vez que esta
é apenas uma das possibilidades de representação dos textos. Abordar a
representação na sua relação entre texto e mundo real
possibilita que façamos poderosas ligações entre a representação e
cada um dos aspectos-chave. Em cada um dos níveis de decisão da
produção (agência), escolhas são feitas a respeito da seleção,
exclusão e inclusão, bem como a
respeito das categorias e das
tecnologias. Tais escolhas afetam a forma como
os textos fazem
sentido (linguagem) bem como a forma como nós construímos
os sentidos a partir deles (audiência). (Bazalgette, 1992, p. 218)
Bazalgette no entanto alerta que
os aspectos-chave não devem ser tomados nem como leis nem como um currículo de
mídia-educação, no qual agência será ensinada em uma período, depois categorias
e assim por diante.
3. A pesquisa de campo
A pesquisa que realizei teve o
objetivo de mapear os trabalhos que vinham sendo realizados com, sobre ou
através das mídias nas escolas de ensino fundamental da cidade, e depois
conhecer em detalhes algumas destas atividades. O trabalho de campo foi
realizado em duas etapas. Na primeira etapa busquei dados gerais a respeito dos
usos das mídias nas escolas. Tive retorno de 83 das 118 escolas (70%) do
município. As informações foram obtidas com o corpo diretivo (particulares e
estaduais) e com as coordenadoras de salas informatizadas (municipais)
A partir dos dados obtidos na
primeira etapa, escolhi três escolas (uma municipal, uma estadual e uma
particular) nas quais pude aprofundar as observações. Em todas as três haviam
trabalhos sendo realizados com, sobre ou através das diversas mídias, bem como
salas de computadores em uso. Entrevistei 14 professoras e acompanhei
atividades de sala em 5 turmas. Dez trabalhos envolviam alunos de 5ª a 8ª série
e 4 turmas de séries iniciais. Entrevistei também outras pessoas que considerei
relevantes para o trabalho (um diretor e uma diretora, duas professoras
responsáveis pelas salas de computadores, uma estagiária, uma coordenadora de
estágio e 18 alunos).
Em grande parte das escolas houve
associação entre ‘mídia’ e ‘computador’. Houve também muito interesse por
informações a respeito dos usos e da crítica aos usos das mídias. Ao longo da
pesquisa foi ficando evidente a influência dos meios de comunicação na vida dos
alunos, das professoras e das próprias escolas (alunos que usam roupas da moda
ou matam aulas para ir a Lan Houses, professoras que usam melhor os celulares
do que os computadores, projetos tematizados a partir de eventos badalados na
mídia, etc.). Notei também que a presença física nem sempre correspondia ao uso
dos equipamentos, e que o uso não necessariamente implicava em uma reflexão
sobre o consumo dos meios nem na produção por parte dos alunos.
Filmes e vídeos são fartamente
usados nas escolas. Não conheci nenhuma instituição que não tivesse TV e
aparelho de DVD ou videocassete. Os filmes geralmente vêm de locadoras ou do
acervo das Secretarias de Educação. O uso principal está relacionado a
objetivos didáticos e pedagógicos (motivar uma atividade, abordar temas
específicos, provocar reflexões, ressaltar assuntos ou conceitos, etc.), mas há
também usos lúdicos e morais. É comum a realização de atividades após a
exibição dos filmes. Encontrei 28 escolas nas quais os alunos produziram
vídeos, mas na maioria tal produção parece ser apenas uma forma de apresentação
de trabalhos ou projetos. Em 10 escolas soube que professoras filmam atividades
e eventos para registro. Também encontrei escolas que filmam os alunos para
trabalhar problemas de timidez, gagueira e postura. Os vídeos foram a única
mídia que encontrei nas três escolas da segunda etapa sendo usados como
ferramenta pedagógica e como espaço de produção dos alunos. Em uma escola
também era feita análise crítica de filmes. Essas três abordagens são
importantes porque caracterizam o tripé defendido por Buckingham (2003) para o
trabalho em mídia-educação. Uma professora do 1º ano usou filmes para estimular
a produção de estórias: “o objetivo é trazer uma outra linguagem para a sala de
aula. Porque a gente usa muito o quadro e giz, coisa escrita, texto”, disse
ela. As estórias criadas através de desenhos eram apresentadas em uma TV de
papelão. Uma professora de 2ª série montava no quadro um resumo com tudo que os
alunos haviam observado sobre o filme. Na particular, os alunos do 8º ano
estudam noções sobre cinema: o papel do cinema na sociedade, os padrões de beleza
e de comportamento veiculados, a indústria cinematográfica, entre outros.
Aquilo que ‘está por trás’ (expressão muito usada na escola) do filme, era o
foco da análise crítica. Na municipal um vídeo foi produzido por estagiárias de
uma universidade local junto aos alunos da 4ª série, a partir de uma situação
ligada ao meio ambiente e vivenciada pelas crianças. A partir de uma storyboard
criada pelas estagi- árias foi feito o roteiro junto aos alunos, que depois
interpretaram os papéis e fizeram as filmagens. A edição foi feita pelas
estagiárias. Na estadual houve produção de vídeos e animações pelos alunos da
4ª série. O trabalho nasceu da vontade da professora em registrar as atividades
com os alunos. A transição de fotos para vídeos se deu quando essa professora
emprestou sua máquina fotográfica (que também filma) para uma sobrinha de 15
anos: “ela fez um filminho para a aula de inglês (...). Os atores eram ela e os
amigos. Eu me encantei! (...) Aí ela me ensinou como é que se usava”. Assim que
dominou minimamente a técnica de filmagem e edição, a professora propôs às
crianças a realização de pequenos filmes, a partir de histórias criadas por
eles ou tiradas de livros. A turma foi dividida em grupos, e enquanto um
trabalhava os demais faziam atividades de matemática, geografia, etc. “Não
precisa fazer igual ao livro. A gente pode mudar um pouco, pode fazer alguma
coisa a mais” disse uma aluna. Quando resolvem as adaptações e a divisão de
papéis, eles têm em mãos o roteiro. A filmagem e edição foram feitas pela
professora, e os filmes colocados na comunidade da turma no Orkut. A produção
de animações se deu a partir de um artigo da revista Nova Escola. Ela também
estimulou as colegas de séries iniciais a registrar as atividades que
realizavam. A professora do 1º ano gostou da ideia e realizou com os alunos um
vídeo sobre a pirâmide alimentar, que acabou sendo utilizado como material
didático por outras turmas.
A influência da TV foi vista nos
temas abordados em projetos e trabalhos. Fisicamente, a TV chega através de
antenas parabólicas ou cabo. Das 40 que disseram não ter conexão com TV, 12
afirmaram ter perdido o acesso à TV Escola (parabólica) por falta de
manutenção. Entretanto, 15 das 27 que disseram receber sinal de TV informaram
que não o utilizam para nenhuma atividade pedagógica. Apenas 12 disseram gravar
ou assistir programas, mas houve indicação de pouco uso das gravações. A TV se
faz presente na sala de aula através dos comentários dos alunos. Não parece
comum, entretanto, que esse tema seja pensado como parte das aulas pelas
docentes. Uma professora de 4ª série disse que tinha “um pé atrás com a
televisão”, porque as crianças já a assistem muito, e apontou a necessidade de
promover a discussão sobre consumo de TV junto às famílias, o que já foi feito
na escola particular.
Apenas 25 escolas indicaram
possuir máquinas fotográficas, mas a presença pode ser maior, pois em algumas
que não informaram possuí-las foram registrados trabalhos com fotografia. O uso
apareceu nas duas etapas como apoio pedagógico – imagens de livros ou internet
para ilustrar as aulas -, registro de atividades (geralmente feito pelas
professoras ou corpo técnico) e elemento auxiliar a projetos ou trabalhos (por
exemplo, a produção de cartões postais da cidade a partir da ótica dos alunos).
A produção de imagens para trabalhos ou projetos parece estar sendo estimulada
a partir da aquisição de maquinas digitais nas escolas que possuem (e usam)
computadores. Também vi um trabalho de leitura de imagens e um de fotografia
pin-hole. Uma ausência sentida foi a produção de fotografias para os jornais
escolares.
Na primeira etapa soube de 8
rádios em atividade: 3 via internet, duas nos intervalos, uma mista (web e
recreio) e uma através de emissora comercial (uma não especificou).
Identifiquei 13 experiências descontinuadas, sendo que 12 funcionavam nos
intervalos e uma transmitia em emissora comunitária. A maioria dos projetos (7)
que já não existem foi encerrada após o afastamento da pessoa responsável. As
músicas tocadas parecem constituir um dos problemas das rádios (brigas entre
‘tribos’ e com a direção), mas nas escolas onde havia educadoras junto aos
projetos as divergências parecem não causar problemas graves. Isso sugere a
importância das rádios não serem apenas musicais, mas integrarem atividades
como notícias, rádio-teatro, recados ou debates. Outras atividades também são
realizadas nas escolas com o uso da mídia áudio: gravação da voz para trabalhar
timidez ou gagueira e gravação de músicas ou histórias. Os trabalhos
acompanhados na segunda etapa concentram-se basicamente na produção, sendo
algumas análises ou audições feitas em função disso. Não encontrei o uso como
apoio pedagógico nem tampouco reflexão sobre o consumo (exceto música). A rádio
da escola municipal funcionou ao vivo nos primeiros meses, mas com a saída da
professora coordenadora e a entrada de estagiários de uma universidade local, o
projeto passou a ser pré-gravado com computadores. Ao vivo, a entrada e saída
de colegas da sala onde funcionava a rádio provocava constrangimentos nos alunos.
A pesquisa para a redação dos programas era feita basicamente na internet, e os
CDs de música trazidos de casa. Para orientar a apresentação era feito roteiro
com os textos e a indicação de músicas. Co a entrada dos estagiários os alunos
aprenderam a usar um software de gravação e edição de áudio. Houve conversas
sobre rádio e sobre os gostos individuais, ouvindo programas pré-gravados ou ao
vivo. Uma estagiária relatou que os alunos reconheciam as emissoras comerciais
pelo estilo musical tocado. A produção dos programas iniciava pela escolha das
músicas. Ao defini-las os alunos partiam para a pesquisa e depois elaboravam
textos curtos, para serem lidos entre as músicas. A gravação e edição eram
feitas pelos alunos: um fazia locução e outro operava o programa. A gravação em
CD era feita pelos estagiários. Houve indicação de que o uso do computador era
um estímulo à participação nas oficinas. Paralelo a esse trabalho, mas sem que
houvesse interação entre ambos, os alunos de 7ª série criaram programas sobre gêneros
musicais para a disciplina de Artes/Música. Na escola particular os alunos do
8º ano também produziram programas sobre gêneros musicais. O projeto iniciou
quando a escola percebeu que o leque de opções musicais dos alunos era “só Funk
e as mais tocadas na Jovem Pan”. Eles estudaram o texto de rádio, e realizaram
pesquisa na web. Tanto na particular quanto na municipal, os alunos não puderam
escolher o gênero musical sobre o qual fariam o programa, o que parece ter
desestimulado alguns. Em ambos os casos eles redigiram os textos, gravaram as
vozes e escolheram as músicas, mas não fizeram a edição. Na estadual a rádio
foi a forma encontrada por educadores voluntários para continuar um trabalho de
reflexão sobre os meios de comunicação, iniciado em 2006. Ela era realizada no
contraturno, com a participação de poucos alunos. Gravar e ouvir a própria voz
relativizou a idéia de que é preciso ter ‘voz de locutor’ para falar em rádio.
Foram gravados, em fita cassete, pequenos programas sobre temas de interesse
dos alunos, mas poucos foram apresentados durante os recreios.
Na primeira etapa 64 escolas
indicaram ter salas de computadores, a maioria (61) com acesso à internet.
Pouco mais da metade das que possuem tais espaços afirmou contar com uma
professora (27) ou técnica (9) exclusiva, sendo que em 27 escolas a professora
que quiser utilizar os computadores precisa encarar esta tarefa sozinha. Em uma
escola estadual5 a diretora externou preocupação ouvi diversas outras vezes:
“eles têm uma política meio estranha. Mandam equipamento, mas como fazer? A
sala é pequena, tem de dividir a turma. E quem cuida da sala com computador? O
professor é só um!”. Outra informante disse que “as crianças dão um banho”,
referindo-se ao medo da maioria das professoras em trabalhar sozinhas com os
alunos por saber menos do que eles. A falta de capacitação das docentes e de
manutenção dos equipamentos foi diversas vezes destacada. Também recebi relatos
de resistência ao uso de Linux. Uma diretora lembrou que a professora precisa
ter domínio teórico da relação entre educação e comunicação, e que o ‘como
fazer’ pode ficar a cargo de uma professora específica das salas de
computadores, áudio ou vídeo. Mas relativizou essa desnecessidade de saber
técnico ao relatar os resultados de uma oficina de edição de vídeos, fotos e
textos realizada na escola. Quem a fez viu que não é difícil produzir mídias, e
que as professoras não precisam ter medo de que os alunos saibam mais –
tecnicamente falando – do que elas. Pois se elas tem essa fragilidade – e o
aluno enxerga isso –sabem o que é possível, sabe pensar o conjunto, criticar o
resultado, têm conhecimentos práticos para isso. Vendo que é simples de fazer,
as professoras deixaram de se impressionar por apresentações bonitas e pela
habilidade técnica dos alunos, passando a buscar o conteúdo, mesmo nos
trabalhos bem apresentados. O fato de a oficina ter sido ministrada pelo
técnico da sala de computadores trouxe outro resultado interessante: a
professora se deu conta de que, nas aulas que envolvam tecnologia e mídias,
pode contar com a parceria dele. O uso mais citado das salas de computadores
foi a pesquisa na internet, seguido pela produção e apresentação de trabalhos.
Aulas de informática foram encontradas em 11 escolas, sendo que nas 4 públicas
que o fazem 3 atendem clientela de baixa renda e justificaram o uso como
inclusão digital ou preparação para o mundo do trabalho. O uso mais polêmico
fica por conta da dupla MSN-Orkut: apesar da relevância de tais ferramentas
para os jovens6, muitas escolas proíbem seu uso. Também tive escassos registros
do uso do computador como meio de comunicação interpessoal ou interescolar. A
forma de produção de trabalhos mais comumente citada foi a digitação e
formatação de textos, às vezes incluindo neles imagens da internet ou
fotografias. Embora muitas escolas possuam sites, não recebi relatos da
participação de alunos na criação deles. Mas tive notícia do uso dos
computadores para produção de blogs, sites, jornais, panfletos e livros (impressos
ou virtuais), bem como programas em áudio e vídeo. O mais comum é que estas
produções sejam feitas para a apresentação de algum trabalho ou projeto, mas o
objetivo pode ser a própria criação da mídia, como ocorre em algumas
rádios-escolares. Há ainda a produção de mídias - como livros ou jornais – para
a veiculação de trabalhos feitos pelos alunos.
Na escola estadual a Assistente
Técnico-Pedagógica que cuida, em tempo parcial, da sala de computadores, disse
que foi selecionada para a função porque “tinha mais gosto por informática e
não tinha ninguém, na época, e acredito que ainda não tenha, que goste dessa
área”, e que não recebeu formação do estado para este trabalho. Na municipal a
coordenadora da sala informatizada disse que as professoras de 5ª a 8ª série
usam menos o espaço e atrelam mais os trabalhos aos conteúdos, e que as
professoras temporárias usam pouco a sala. Na estadual os usos são limitados
por problemas técnicos. Alguns computadores foram montados com peças de
diversas máquinas doadas, e muitos não são compatíveis com os hábitos
multitarefa dos jovens. Para não deixar a rede lenta demais, a professora pede
aos alunos que acessem apenas um site por vez. Embora contem com uma política
de formação continuada, as professoras da escola municipal também relataram
dificuldades, dizendo que cursos curtos não são suficientes para levá-las do
desconhecimento ao uso independente dos programas. Além disso não há cursos
sobre usos básicos de computadores, o que elas aprendem com os filhos, sozinhas,
ou às vezes pagando cursos do próprio bolso. O uso da internet vem
potencializando as pesquisas - por possuir um acervo incomparavelmente maior
que o de qualquer biblioteca escolar – as quais, no entanto, se limitam a
textos e imagens estáticas. Sons e imagens em movimento parecem não se
constituir em fontes de informação para as escolas. Perguntei a um aluno como
ele acha o que deseja na internet, e ele disse: “a gente digita o nome do que
quer, por exemplo ‘mulher’, e aí vem um monte de imagens e a gente escolhe”.
Dentro desta metodologia nem as dificuldades ortográficas atrapalhavam a
pesquisa, pois eles sabiam, visualmente, o que queriam. O principal motor de
busca usado era o Google e a principal fonte de informações a Wikipedia.
Perguntei a um aluno porque eles usavam tanto a Wikipedia e ele disse que vão
lá porque sabem que ali tem tudo bem explicado. Quando encontram o que desejam,
‘copiam’ e ‘colam’ textos e imagens. Essa é uma prática desestimulada por
muitas professoras, que dizem ser fácil reconhecer quando um aluno copia algo
da internet: o vocabulário usado não é o do cotidiano deles. Para a
coordenadora da sala informatizada da escola municipal, é comum ter alunos que
copiam textos inteiros da internet “porque os próprios professores copiam e colam”.
Junto ao trabalho de pesquisa vi alunos acessando Orkut, You Tube ou outros
sites. O fato é que eles têm uma grande habilidade para trocar de janela ou
fechá-las rapidamente quando a professora se aproxima.
Embora tenha sido constatado um
uso intenso de telefones celulares tanto por parte das professoras quanto dos
alunos, em escolas públicas e particulares, não tive relatos de trabalhos com
essa mídia. Atividades com jogos eletrônicos ainda são restritas a poucas
experiências, embora o uso desta mídia seja comum entre os alunos.
Em todas as escolas encontrei
diversos títulos de jornais e revistas atualizados. O uso mais citado foi a
leitura de matérias ou artigos relacionados ao tema trabalhado em sala. A leitura
algumas vezes é seguida de discussão sobre o conteúdo. Parece haver pouca
preocupação quanto à qualificação das professoras para o uso de impressos em
sala. Os únicos registros de formação que encontrei partiram das próprias
empresas de comunicação, através de programas de estímulo à leitura de jornais
ou de encartes das revistas semanais. Tive contato com produção de jornais
(10), histórias em quadrinhos (18), livros (5) e outras mídias impressas, como
jornais-mural, folders, rótulos e panfletos. Na segunda etapa as atividades que
conheci com jornais envolveram leitura e produção. A leitura servia tanto para
permitir às crianças pequenas ter contato com um tipo de literatura que não era
comum para elas quanto para promover um debate sobre o que ficava de fora do
jornal (‘nãonotícias’), com pré-adolescentes. A produção foi a forma encontrada
pela professora de 4ª série (estadual) para estimular a escrita dos alunos:
“para mim não tem sentido você fazer só para ir ali e ganhar uma nota. Eu penso
que o aluno tem que fazer para servir para alguma coisa, para alguém ler”.
Editado mensalmente há 5 anos, o jornal relata as atividades da turma. A partir
dessa experiência foi criado um jornal de toda escola, publicado poucas vezes
devido à fraca participação das professoras. Em 2007 ele foi feito porque uma
Assistente TécnicoPedagógica assumiu o trabalho. Com os alunos, ela analisou
alguns jornais: as partes que os compunham, o uso de imagens, a distribuição
dos elementos na página, o que é notícia. Depois pensaram nos temas que
poderiam ser abordados. A diagramação foi feita pela própria Assistente. Na
escola municipal o jornal é feito há cerca de sete anos, tendo sempre à frente
a mesma professora de Português. Ela relata que cada afastamento seu da coordenação
provocou uma paralisação das atividades. Em 2007 o jornal foi feito por um
grupo de alunos da 8ª série, e a diagramação pela coordenadora da sala
informatizada. Leitura e produção de histórias em quadrinhos também foram
encontradas. Uma professora da 2ª série (municipal) disse que ao associar o
desenho aos balões de texto, notou estímulo à criação. “Eles começam a escrever
sem aquele medo. Inventar uma história sem desenhar, e escrever diretamente,
saíam duas frases, no máximo”. Os desenhos usaram figuras prontas de um
software. A criação estava em usá-las para montar cenas, e com estas cenas
contar uma história. Os textos eram adicionados em Word ou Power Point. Leitura
crítica e produção de HQs faz parte do currículo do 8º ano na escola
particular. Eles analisam as mensagens que as histórias transmitem, atividade
que geral alguns conflitos: “alguns estudantes relutam bastante porque gostam
da personagem. (...) Então ele não pensa no que está por trás. É difícil.
Porque são adolescentes” (diretora). Para a produção eles estudam balões,
expressões fisionômicas, onomatopéias, diagramação dos quadros e outros
elementos gráficos. A partir de um projeto de Ciências foi definida a temática
(pesca) da produção, inicialmente rejeitada por alguns alunos, que gostariam de
tê-la escolhido.
Embora o uso das mídias nas
escolas seja razoavelmente grande, não é possível dizer que refletir sobre os
usos seja uma atividade comum. Encontrei apenas 18 citações, nas 83 escolas
visitadas, basicamente em três espaços: disciplinas sobre cidadania,
comunicação ou ética/moral (6 escolas); disciplinas curriculares, em debates ou
interesses específicos (6 escolas); atividades/disciplinas que usam ou produzem
mídias (3 escolas). Isso sugere que a maioria das reflexões ocorrem descoladas
da produção (e, aparentemente, mesmo do uso) de mídias, e possivelmente em um
viés de leitura crítica. Mas a reflexão sobre o consumo de mídias também pode
ocorrer em reuniões pedagógicas ou com os pais. Um trabalho de reflexão crítica
sobre o conteúdo publicitário foi realizado com alunos da 8ª série (estadual,
pela professora de Português. A opção pela mídia impressa se deu pela
praticidade. “Se eu fosse envolver outros tipos de mídia (...) eu teria que
fazer seleção, gravar propagandas, procurar. E às vezes o tempo não dá, o
horário da gente é bem carregado”. Na escola municipal os alunos de 5ª e de 8ª
série também trabalharam com propaganda e publicidade. Uma das atividades
realizadas partiu da observação da linguagem usada em propagandas de jornais e
revistas para permitir aos alunos criar textos de campanhas próprias.
4. Conclusões
Há computadores, máquinas
fotográficas, jornais, revistas, gibis, acesso à internet e até filmadoras em
boa parte das escolas de ensino fundamental de Florianópolis. Entretanto, não
parece estar havendo formação suficiente ou adequada das professoras que
promova ou estimule usos críticos e criativos. Os gestores das escolas parecem
não levar em conta que muitas das professoras atuais nasceram em um mundo sem
muitas das mídias disponíveis hoje. Apesar de enxergar que as crianças são
consumidoras de um vasto leque de mídias, a maioria das professoras parece
ainda não ter se dado conta de que poderia ser mediadora desses usos. E, muitas
das que vislumbram tal possibilidade, parecem não saber como fazê-lo. Desta
forma, os aspectos-chave pensados por Bazalgette (1992) orientam a análise do
que foi observado.
-Agência: este aspecto não pareceu ser relevante nos
trabalhos que conheci. Quando muito, havia destaque sobre os interesses
empresariais que influenciam o que é ou não veiculado.
-Categoria: embora tenha visto a utilização de certas
categorias na produção de mídias – notícias e filmes, por exemplo – não notei
preocupação em refletir a respeito delas. Isso apareceu, embora apenas
brevemente, na introdução aos trabalhos de jornal e rádio.
-Tecnologia: é um aspecto bastante trabalhado, mas
geralmente através de um viés de aquisição de habilidades: os alunos eram
estimulados a aprender a manusear câmeras, montar apresentações no computador,
digitar textos ou pesquisar na internet, e não a refletir sobre quais
tecnologias poderiam usar. A definição, já no início do trabalho, da tecnologia
a ser empregada, inviabiliza que se pense nas outras tecnologias possíveis de
serem usadas para resolver o problema de comunicação posto. A abordagem é
complicada pelo fato de que muitas professoras possuem um conhecimento sobre
tecnologias mais limitado que o dos alunos.
-Audiência: não vi trabalhos que levassem os alunos a
se verem enquanto audiências das diversas mídias. O fato de eles – e também as
professoras – serem consumidores de diversas mídias não era posto em discussão.
A audiência das mídias produzidas pelos alunos apareceu apenas no projeto de
rádio da escola municipal, quando os colegas fizeram comentários a respeito dos
programas e músicas.
- Representação: esta preocupação apareceu em
diversas escolas, mas por um viés ideológico. Ao invés de levar os alunos a ver
que existem diferentes pontos de vista a partir dos quais se observa o mundo,
essa análise crítica ressaltava apenas o que aquele determinado ponto de vista
não mostrava. Desta forma a escola não deixava em relevo seu próprio ponto de
observação do mundo.
Desta
forma os aspectos ligados à tecnologia, linguagem e representação foram os mais
trabalhados. Mesmo assim, algumas abordagens são privilegiadas, como por
exemplo a aquisição de habilidades (tecnologia) ou um viés ideológico
(representação). Agência, categorias e audiência foram os aspectos menos
abordados. Isso aponta um caminho em construção, que quer ultrapassar o simples
uso para chegar a um uso reflexivo e também expressivo.
Referências
Bibliográficas
ANDI. Crianças e adolescentes brasileiros são os que
mais assistem TV na Améria Latina. Disponível em . Acesso em
22/08/2005.
BAZALGETTE, Cary. Key aspects of Media Education. In
Media Education, an introduction. BFI, London, 1992. p199-219.
BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. 2ª ed.
Campinas, Autores Associados. 2005. 100 p.
BUCKINGHAM, David. Media Education: literacy,
learning and contemporary culture. Polity Press, London, 2003. 219 p.
CENTER FOR MEDIA LITERACY. MediaLit Kit - Teacher´s /
Leader´s Orientation Guide. Santa Monica (CA/USA), 2003. 25 p.. Disponível em
OESTERREICHER, Wulf. Pragmática del discurso oral.
in: BERG, Walter Bruno e SCHÄFFAUER, Markus (orgs.), Oralidad y Argentinidad.
Estudios sobre la función del lenguaje hablado en la literatura argentina,
Tübingen: Narr, 1997, p. 86-97. Disponível em .
Acesso em 15/08/2006.
OROFINO, Maria Isabel. Mídias e mediação escolar:
pedagogia dos meios, participação e visibilidade. São Paulo: Cortez: Instituto
Paulo Freire, 2005. 176 p.
SILVERSTONE, Roger. Inventar o quinto poder.
Entrevista à Ubiratan Muarrek. Revista Carta Capital. São Paulo, edição 227,
12/02/2003, p. 58.
VILCHES, Lorenzo. La lectura de la imagem: prensa,
cine, televisión. Ediciones Paidós. Barcelona, 1984. 8ª edição.
1 Considero ‘meios de comunicação’ ou ‘mídias’ todas
as interfaces modernas de comunicação (rádio, TV, computador, telefone, cinema,
jornal, videogame, etc.), independente da tecnologia empregada.
2 Os brasileiros passam 18,4 horas semanais
assistindo TV, 17,2 horas ouvindo rádio e 10,5 horas navegando na internet para
assuntos não relacionados ao trabalho, e investem apenas 5,2 horas consumindo
mídias impressas (NOP World - www.nopworld. com). A forte relação brasileira
com a TV é reforçada pela pesquisa Kiddo´s - Latin America Kids Study 2003
(ANDI, 2005, p.1): entre os entrevistados brasileiros, 99% tem a televisão como
principal veículo de entretenimento e 81% a assistem duas horas ou mais por dia.
3 Por entender que o autor não separa a aquisição da
tecnologia de seu uso social, traduzi literacy como alfabetização/letramento.
4 Capacidade de agir.
5 Diferente das escolas municipais, que contam com
uma Coordenadora para cada sala informatizada, nas escolas estaduais só
profissionais readaptadas são aceitas para atuar exclusivamente ali.
6 Segundo pesquisa realizada pelo Ibope/NetRatings
(Veja – ed. 2017-18/jul/2007) com meninos e meninas entre 2 e 11 anos que
acessam a internet, 68% usam a rede para pesquisar em sites de busca, 66% para
bate-papo (MSN, ICQ e outros), 63% para participar de comunidades (Orkut,
MySpace, ...) e apenas 22% para trabalhos de escola e 13% para alimentar blogs
ou fotologs.
Texto disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000011620.pdf
Acesso:23/02/2015
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